CRÍTICA | MALÉVOLA




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NOTA8.0
           
      Como diz o ditado: “Toda história tem dois lados”, e como somos condicionados a creditar em apenas em um. Em 1959, uma animação lançou uma das mais maldosas e terríveis vilãs de todos os tempos na cultura cinematográfica: “Malévola”, para provar que não é bem assim. Por séculos, conhecemos o lado da história em que Malévola é uma “bruxa” mal amada, inconformada, que jogou toda sua ira em um bebê apenas por não ter sido convidada para seu batismo.


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E coube a Linda Woolverton de “O Rei Leão”, e que recentemente roteirizou o clássico, “Alice no País das Maravilhas”, a missão de usar da boa criatividade para alterar a clássica história, entregando uma personagem muito mais profunda e dramática do que aquela que conhecíamos superficialmente no conto. A origem de Malévola como uma personagem feminina do mal nunca foi clara no desenho original, dando um liberdade total para que a roteirista pudesse fundamentar seus motivos em fatos passados.


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Segundo a história, quando criança, Malévola interpretada pela fofa da Isobelle Molloy era uma ingênua criatura com asas negras, que cresce no pacífico reino dos Moors, até que um dia um exército de humanos ameaça a harmonia da região. Malévola surge como a mais feroz protetora da região, mas acaba sendo vítima de uma impiedosa traição e o acontecido começa a transformar seu coração outrora repleto de pureza em pedra. Determinada a se vingar, ela enfrenta uma batalha épica contra o rei dos humanos e, como consequência, amaldiçoa sua filha recém-nascida. Conforme a menina cresce, a vilã percebe que Aurora é a peça essencial para estabelecer a paz no reino e para a sua própria felicidade.


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Malévola não é má, e sim uma mulher com o coração partido (afinal, quem nuca perdeu o controle por amor?). Suas ações e atitudes são extremamente bem trabalhadas e minuciosamente pensadas e transportada para a tela por uma sensual e segura Angelina Jolie. Que esteve envolvida com a produção desde o início, e soube construir uma personagem completa de maneira esplêndida, mas tomando a liberdade criativa para que a personagem tivesse um embate interior entre o vilanesco e o heroísmo.


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A atriz Elle Fanning de “Super 8”, também entrega uma “Aurora” relativamente chata e entediante, abrindo um sorrisão na maioria de suas cenas, que nos obriga a lembrar o tempo todo que a personagem ganhou das fadas o dom da graça e da beleza. E se pararmos para analisar que ela foi criada pelas mesmas três fadinhas atrapalhadas, não podemos esperar muita coisa, nem atitudes mais fortes da personagem. Só agradecer pela menina ter sobrevivido. E isso em partes, agradecemos a Malévola e ao Corvo interpretado pelo ator Sam Riley.


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Em sua estreia como diretor, Robert Stromberg, que é um senhor gênio especialista em efeitos visuais e tem seu currículo filmes como: “Avatar”, “Alice no País das Maravilhas”, “Oz: Mágico e Poderoso”, entre outros... Consegue criar um universo fantástico. A direção de arte, figurino e cenários são repletos de detalhes e beiram a perfeição.


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Pontos também para o visual, da vilã, que é um dos grandes acertos da produção. E na sua belíssima fotografia, que em alguns momentos lembra o clássico “Labirinto – A Magia do Tempo” (1986). Más como em qualquer produção de sucesso, o ponto fraco dessa produção fica por conta de seu roteiro, que alterna entre o genial e o tedioso, e chega a dar sono em alguns momentos.


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Apesar de conseguir amarrar a maior parte das pontas e possível perceber que o texto foi escrito por várias mãos. O ponto alto é subverter o significado de “Amor Verdadeiro”, demonstrando que este pode ser muito mais grandioso que um príncipe encantado apaixonado. Porém algumas tiradas cômicas acabam sendo forçadas demais.


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Das releituras mais recentes dos clássicos contos infantis, "Malévola" pode ser sim, considerada uma das melhores. Provando que a dobradinha talento e beleza de Jolie com a direção esplendida de Stromberg conseguem sobrepor um roteiro mediano, transformando o longa em um filme divertido e sedutor de sucesso.
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