Imagem: Divulgação / Reprodução.
NOTA8.30
O filme inicia com Jasmine (Cate Blanchett) viajando de Nova York para São Francisco depois que seu marido, Hal (Alec Baldwin), foi preso por fraudes no mercado financeiro. Ela vai pedir ajuda para a irmã de classe média Ginger (Sally Hawkins).
Blue Jasmine, do começo ao fim, é uma montagem em alternância de presente e passado. À medida que vemos as dificuldades de Jasmine em São Francisco, pequenos flashbacks nos quais a bancarrota de Jasmine e Hal vai sendo revelado. Mais do que flashbacks, são rememorações da personagem. Eles revelam à plateia que a protagonista já tinha uma grande dificuldade de enfrentar a realidade, como o ato de dificilmente encarar cara a cara o marido nas situações limites.
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Se essa estrutura ficar ligeiramente repetitiva e esquemática no terço final, é elemento imprescindível para ajudar a humanizar Jasmine. Diga-se, Cate Blanchett e Woody Allen estão de parabéns por construir uma figura tão chata sem cair na caricatura. A crítica foi quase unânime em apontar Cate Blanchett como favorita ao Oscar, e agora depois da premiação podemos contatar que a aposta foi certeira!
A personagem de Cate, "Jasmine" está devastada, desequilibrada e revoltada com a vida. Mas durante a sequencia das cenas não conseguimos sentir pena dela. A personagem é um verdadeiro "nojo" capaz de produzir muitos momentos de vergonha alheia. Fútil, egoísta, incapaz de reconhecer que não pode mais comer caviar e só lhe resta comer buchada. Sua postura é de negação diante de uma realidade que considera amarga. Essa negação diante da sua nova classificação social é ainda mais reforçada pela estrutura do filme.
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Sua irmã Ginger é um contraponto, ou quase. Ginger leva uma vida dura, divorciada, com filhos, trabalho em um supermercado e tem um namorado digamos "bronco", ou se preferir ignorante, mas amável. Apesar da vida difícil e dos problemas que teve por causa da irmã, ela continua a buscar enxergar a vida com otimismo. Não bastando tudo isso, Ginger não se vê como uma mulher interessante. Ela acredita estar fadada aos braços de homens brutos. E Jasmine, resolve dá um sacode na irmã, mostrando o quanto ela pode ser interessante.
O filme tem ambiguidades aos montes, especialmente no final construído por Allen para a protagonista. Mas, realmente é uma boa aposta para quem gosta de um certo "drama".
Segundo os dados do IMDB, Blue Jarmine é um dos 10 melhores filmes do diretor Woody Allen. E se pararmos para pensar entre as personagens femininas, criadas pelo diretor, como Annie Hall a Vicky, Cristina e Maria Elena, Jasmine e Cate Blanchett, realmente merecem destaque.
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